Eu tinha certeza que jamais me esqueceria daquele momento. Eu nunca havia experimentado uma sensação como aquela, como se estivesse pronta para morrer. Uma paz profunda me dominava e eu me sentia completamente aceitável perante o Senhor. 

Aqueles olhos doces me fitavam com admiração, enquanto conversávamos. Sua voz era mansa, porém firme, e suas palavras, repletas de amor, me injetavam coragem para seguir em frente, para a nova vida que começava ali. 

“Você é muito determinada, Sister Castro. Quando coloca algo na cabeça, não desiste, até conseguir. Esse atributo maravilhoso vai te ajudar a prosseguir, nos bons e maus momentos.” 

Já faz sete anos desde que o Presidente Leal e eu tivemos essa conversa no escritório da missão, no meu último dia como missionária de tempo integral na Missão Brasil Londrina, mas eu nunca esqueci essas palavras, que parecem ecoar como um sussurro mágico que me impulsiona todos os dias. 

Eu sequer havia imaginado que “o mundo real” seria tão difícil: altos e baixos, anseios e incertezas, decepções e frustrações, tantos planos e sonhos sem hora certa para acontecer. Durante esses sete anos minha determinação foi colocada à prova diversas vezes e das mais variadas maneiras, mas eu consegui vencer cada uma delas, de modo que até eu me espanto. 

Hoje é um dia daqueles em que eu me sinto sozinha, incapaz, confusa e com medo. Um dia em que tudo o que eu queria era dormir por horas e depois acordar no colo da minha mãe. Um dia em que eu precisei colocar minha música preferida, fechar os olhos e cantar bem alto: 

“They can say anything they want to say, try to bring me down, but I will not allow anyone to succeed hanging clouds over me. And they can try hard to make me feel that I don't matter at all, but I refuse to falter in what I believe or lose faith in my dreams. 'Cause there's a light in me that shines brightly, they can try, but they can't take that away from me” (Can’t take that away – Mariah Carey) 

“Eles podem dizer o que quiserem, tentar me deixar triste, mas eu não permitirei que ninguém consiga colocar nuvens sobre mim. E eles podem tentar me fazer sentir que não significo nada, mas eu me recuso a duvidar do que acredito ou perder a fé nos meus sonhos. Porque há uma luz em mim que brilha forte, eles podem tentar, mas não podem tirar isso de mim” 

Após ouvir essa música (e já em prantos), aquela voz suave ecoou novamente: “Você é muito determinada. Não desista. Lembre-se de quem você é e do que é capaz. Você é maravilhosa. Você consegue. Você nasceu para brilhar. Siga em frente.” 

Essa não era mais a voz do Presidente Leal, mas o sussurro do Espírito Santo me ajudando a reconhecer todo o poder que eu tenho em mãos. 

Há algo que eu aprendi sobre as adversidades e que eu demorei um pouco para assimilar, mas que, hoje, me ajuda a ser mais forte: 

1) Ninguém vai resolver o seu problema. Você precisa agir! – Aprendi que, se eu não agir, tudo vai permanecer como está. De modo que, se eu quero mudar algo, eu simplesmente preciso arregaçar as mangas e ir à luta. Há momentos em que nos sentimos tão frustrados, que não sabemos exatamente o que fazer, mas podemos resolver a maioria dos nossos desafios se, tão somente, ponderarmos com calma sobre as possibilidades (porque sempre há uma saída) e agir de modo inteligente, fazendo TUDO o que está ao nosso alcance, sem desistir. 

2) Podemos contar com a ajuda divina e ela é real – Muitas vezes (quase sempre) precisamos passar pelas adversidades da vida sozinhos, sem que alguém queira ou possa nos ajudar efetivamente. Nos meus momentos de maior angústia, foi crucial lembrar que eu tenho um Pai Celestial amoroso, que me conhece individualmente, que está atento às minhas necessidades e sabe como me ajudar. Aprendi que posso apresentar meus problemas a Ele, pedir sua ajuda, confiar Nele e, no fim, ter a certeza de que nunca estive sozinha de verdade. 

Entender esses dois princípios e aplica-los de maneira simultânea faz com que meus desafios pareçam menores do que realmente são. Claro que há momentos difíceis, de desânimo e cansaço, mas eles passam logo. Hoje, eu sinto que sou capaz de fazer qualquer coisa que eu realmente quiser e sonhar. 

Muitos sonhos são despedaçados porque as pessoas simplesmente não estão dispostas a lutar por eles. Querer algo não é o suficiente se você não estiver disposto a trabalhar arduamente para consegui-lo. 

Há uma escritura que diz: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e ser-vos-á aberto. Porque todo aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, será aberto.” (3 Néfi 14:7-8) 

Será que estamos realmente determinados a pedir, buscar e bater, de todas as formas que pudermos? 

Há uma parte da minha música favorita que diz: 

“Certainly the Lord will guide me where I need to go” 
“Certamente o Senhor vai me guiar para onde eu preciso ir” 

Eu acredito nisso, mas sei que, se não agir, eu jamais chegarei onde preciso estar. 

Parte de um poema de Robert Frost tem uma mensagem poderosa: 

“The woods are lovely, dark and deep. But I have promises to keep and miles to go before I sleep.” 
"O bosque está lindo, escuro e profundo. Mas tenho promessas a cumprir e muitas milhas a percorrer antes de dormir."

Se não estivermos dispostos a seguir em frente (mesmo quando estamos cansados, tristes e desanimados), fazendo o nosso melhor para resolver os desafios e alcançarmos nossos sonhos e metas, vamos viver para sempre conformados com um “pequeno bosque” que nos traz comodidade passageira. 

O que você realmente quer? Siga seus sonhos...

Pois é pessoal, eu sei que não parece, mas acabei de completar 30 aninhos! Ainda ontem eu era apenas aquela bebezinha de olhos esbugalhados no colinho da mamãe. E hoje estou aqui, iniciando o que alguns pessimistas chamam de “a descida da serra”.

Sabe aquela famosa crise que acomete principalmente as mulheres que estão prestes a completar 30 anos? Então, não tive. E digo: mérito meu. rs Porque se dependesse dos comentários (pra lá de maldosos) de alguns parentes e amigos... hmmmm nem te conto!

Quer saber? Estou tão feliz com a minha idade que nem sei como explicar. A verdade é que me sinto melhor aos 30 do que me sentia aos 20. Me sinto linda e leve, com aquele tipo de paz interior que só sente quem sabe que está exatamente onde deveria estar.

Claro que há ainda vários planos que pretendo executar e muitos sonhos a realizar, no entanto, não me afobo. Estou mais empenhada do que nunca naquele meu lema infalível: “Não desista!” e sigo a vida assim, correndo atrás daquilo que realmente importa para mim.

Nunca precisei recorrer a atalhos. Segui o curso como deveria ser, com tudo no seu devido tempo e lugar. Sem atropelar as coisas e me envolver com nada que colocasse à prova minha essência. Isso traz paz.

Trintei, e quer saber? Me sinto a trintona mais moleca e feliz deste mundo.

Parabéns para mim!


Recentemente, Thiago e eu completamos um ano de casados. E, para atender às expectativas de nossos familiares e amigos, desejosos de ouvir relatos de uma linda história de amor, aqui vamos nós:

Era uma vez um casal que não tinha armários no quarto. Eles penduravam as roupas em uma arara emprestada e tinham uma mala velha no canto, que mofava quando chovia. A esposa sempre pedia para o marido ser mais organizado e não deixar as roupas amontoadas e os sapatos espalhados pela casa. Era cansativo arrumar as mesmas coisas todos os dias. Como ele não atendeu aos seus incansáveis pedidos, um belo dia ela pirou e virou o cão chupando manga.

Era uma vez um casal que havia feito planos para o futuro. O marido havia dito à esposa que eles precisavam economizar, mas a esposa sempre encontrava um jeito diferente de gastar o dinheiro desnecessariamente. Até que um dia o marido não aguentou a pressão financeira e quebrou o pau.

E assim viveram brigando para sempre.

Espantados? o.O Sim? Esse é o nosso final feliz.

Caros leitores e amigos,

Casamento é muito mais que esse mundinho perfeito que vemos nas fotinhos super curtidas do Facebook. Momentos felizes, passeios legais, casais perfeitos e apaixonados que nunca têm desavenças ou momentos difíceis.

Coloque duas pessoas diferentes vivendo sob o mesmo teto, dividindo a mesma cama, as mesmas contas e os mesmos problemas, e você verá pequenas discordâncias virarem um caos.

Sim, o casamento é uma maratona de testes e de lutas. 

É namorar sem ter que voltar para casa. Por isso, é ter um arranca-rabo todo dia. É escolher se estressar ou não. Brigar ou não. Se ofender ou não.

Richard G. Scott ensinou: “o casamento oferece o ambiente ideal para superarmos qualquer tendência que tenhamos de ser egoístas ou egocêntricos”. E eu tenho que assinar embaixo.

É ver o sucesso do outro e saber que você tem parte nisso. É crescer juntos. É passar pelas adversidades da vida juntos. É superar as dificuldades juntos. É ver o amor muito além dos dias felizes e tranquilos, mas, sobretudo, quando o mundo parece ruir e você pensa que não pode mais aguentar.

Casamento é companheirismo, é cumplicidade. É ser um, sendo dois. É ter alguém para dividir o fardo.

E, mesmo naqueles dias em que você ousa pensar em desistir, é saber que não dá.

Casamento é isso: a melhor besteira que a gente faz na vida!



"Mãe, confie em mim, eu sei o que estou fazendo. Eu orei e perguntei a Deus, e Ele me respondeu. Eu sei, com todas as forças do meu ser, que esse livro é verdadeiro e que a igreja de Jesus Cristo está na terra. Eu quero fazer parte dela, eu quero me batizar. Por favor, assine esse papel?”

Parece que foi ontem, mas já faz 13 anos.

No dia 30 de março de 2002, eu era apenas uma menina de 16 anos que achava que sabia o suficiente para tomar uma decisão tão importante. E eu, de fato, sabia.

Tudo começou poucos meses antes, em uma conversa casual com um amigo da escola: “Lidiane, eu tenho dois amigos missionários que têm uma mensagem que vai mudar sua vida. Você gostaria de ouvi-la? Só te peço uma coisa, são seis palestras, escute-as todas, até o final.” Eu respondi: “Claro que quero!”.

E essa decisão mudou a minha vida, para sempre.

Aos 16 anos, eu já era uma menina diferenciada. Na escola, sofria bullyng, porque não estava, como a maioria, bebendo todas e perdendo a virgindade. O que, naquela época, já era bastante comum. Assim, quando os missionários foram em minha casa e me apresentaram a mensagem do evangelho restaurado, eu não tive o menor problema em reconhecê-lo e aceitá-lo.

Eu vinha de uma família católica e minha mãe, que era minha melhor amiga e companheira, achava que eu estava indo contra os princípios que ela, tão cuidadosamente, havia me ensinado. Mas não foi bem assim. Ela não entendeu. Tivemos uma crise e ela ficou magoada comigo por muito tempo. Mas algo havia mudado dentro de mim, e eu não podia negar.

Havia um livro. Aquele que eu chamo de “o meu melhor presente”. Ele me foi apresentado como ‘O Livro de Mórmon – Outro Testamento de Jesus Cristo’, escrito por profetas antigos que viveram no continente americano por um período de mil anos, 600 antes de Cristo até 400 anos depois dele. Um registro antigo que, escrito paralelamente à Bíblia, relatava a história uma civilização, que, mesmo vivendo em outra parte do mundo, acreditava e recebia orientações do mesmo Deus.

Esse livro tinha sido descoberto, traduzido e publicado há pouco mais de um século. E não era só um livro, era uma escritura sagrada, era outro testamento de Jesus Cristo. E ele vinha com uma promessa: aqueles que o lessem, ponderassem sobre seu conteúdo e perguntassem a Deus se ele era, de fato, verdadeiro, receberiam uma resposta.

Eu o li. Eu coloquei aquela promessa à prova e recebi uma resposta tão clara e tão profunda à minha oração que eu jamais poderia negar.

Como explicar à minha mãe? Como esperar que ela entendesse a minha experiência espiritual, aos 16 anos, se isso era algo tão pessoal e havia acontecido de modo tão singelo?

O fato é que eu tinha falado com Deus de modo simples, sem formalidades ou palavras prontas, eu abri meu coração para Ele e disse: “Senhor, eu estou diante de um livro magnífico, e, pelo que pude entender, ele é um outro testamento (além do velho e do novo). Algo que foi preparado e reservado para esses últimos dias, não para substituir a Bíblia, mas para trazer à luz a plenitude do seu evangelho. Me diz, por favor, isso é verdade? Esse livro foi mesmo escrito por profetas? Esse livro é o registro da comunicação do Senhor com mais um povo na terra? Me ajude a saber e me ajude a entender sua resposta.”

E meu coração ardeu. Ardeu tanto e tanto e tanto, que lágrimas transbordaram dos meus olhos e molharam o meu rosto. Um sentimento de alegria, paz e certeza invadiram meu peito de tal forma que, naquele momento, eu soube: É verdade!

Eu havia recebido uma resposta. E nada, nem ninguém, poderia tirar aquilo de mim. Nunca mais.

“Lidiane, você está sendo influenciada.”
“Lidiane, isso é fogo de palha.”
“Lidiane, você ainda é muito nova para saber.”
“Lidiane, você acha que isso é uma reposta?”
“Lidiane, isso é coisa do capeta.”
“Lidiane, isso é uma seita. Se livre disso enquanto há tempo.”
“Lidiane, você vai virar crente?”
“Lidiane, essa igreja não é católica nem evangélica. O que pode ser?”
“Lidiane! Lidiane? Lidiane...”

Eu recebi muitas críticas, de todas as partes, mas como negar o que eu senti? E tinha sido respondida na minha oração! Eu sabia!

Eu entendi quem eu era, de onde eu vinha e porque estava aqui na terra. Eu entendi sobre o papel de Jesus Cristo e o grande plano de felicidade criado para nós. Eu entendi que Deus era meu Pai Celestial e que Ele me amava, e que eu precisava cumprir a minha parte no plano.

Não existia mais ‘meias verdades’, e, de repente, tudo começou a fazer sentido. Eu aprendi sobre o período de apostasia e porque Deus parou de se comunicar com profetas depois da morte de Cristo e dos apóstolos, como Ele sempre fez. Eu entendi o porquê de haver tantas religiões no mundo. E eu descobri, por mim mesma, por meio de uma oração simples e sincera, que a plenitude do evangelho, que havia sido, em partes, perdida com tantas traduções desautorizadas da Bíblia, podia ser restaurada, por meio das verdades reveladas no Livro de Mórmon.

A estrutura original da igreja de Cristo estava de volta na terra, com um profeta, doze apóstolos, autoridade do sacerdócio para agir em nome de Deus e realizar suas ordenanças sagradas. Eu sabia. Como negar?

“Assina, mãe! Eu não estou nem aí para o que as pessoas acham ou deixam de achar. Eu recebi uma resposta! Confie em mim! Eu já tenho 16 anos e sei o que estou fazendo. Só quero seguir minha resposta. Por favor, assina?”

Esse papel era uma autorização de batismo. Eu ainda era menor de idade e, por mais madura que parecesse, eu precisava de uma autorização dos meus pais.

Fui batizada no dia 30 de março de 2002. Com a assinatura da minha mãe, mas sem o apoio dela, nem do meu pai, nem de ninguém. Para a família, eu era a ovelha negra. Para os vizinhos, eu era a certinha metida. Na escola, minhas amigas se afastaram.

E eu, estou aqui.

Posso dizer, depois de longos 13 anos, que não foi fácil para uma menina de 16 anos frequentar a igreja sozinha, passar pelas adversidades sozinha e desenvolver sua fé sozinha. Mas foi possível.

Eu recebi uma resposta!

Feliz 13 anos da decisão mais feliz da minha vida.

Não foi ir para a missão.
Não foi me casar no templo.
A melhor decisão da minha vida foi, um dia, orar a Deus e seguir a resposta que Ele me deu.
Sem isso, o resto não existiria.



“Acorda, Lidi! Já são 7h34”. Era, mais uma vez, a voz do Thiago me acordando para ir trabalhar. E eu, assustada com o horário e chateada por não poder dormir mais, levantei contrariada. Nos arrumamos naquela correria de sempre, trocamos algumas poucas palavras para checar que estava tudo em ordem e, com um beijo rápido, nos despedimos: “Tchau, amor! Tenha um bom dia! Te amo”. E cada um foi para o seu lado, enfrentar a rotina do dia a dia.

No caminho, fiquei pensando sobre nossa vida juntos: tanta correria, tantas responsabilidades e compromissos, as contas que não param de chegar, o tempo para namorar que parece tão reduzido. “Essa é a sua nova vida, Lidiane”, pensei. E sorri ao constatar que estava tudo certo, saindo como eu havia planejado. Que sorte!

Enquanto eu divagava no ônibus, vi colado em um muro alto o anúncio de um show do SPC aqui em BH e me lembrei da nossa aventura em 2013, quando passamos duas noites praticamente em claro com a combinação: Final da Libertadores + Show do Só Pra Contrariar.

Achei que o Thiago não fosse aguentar, quando, depois de irmos ao Mineirão e passarmos uma noite inteira acordados, comemorando a vitória do Galo na Libertadores, no dia seguinte, viramos a noite comemorando de novo, dessa vez, no show do SPC. E, mesmo não gostando muito de pagode, ele ficou lá comigo até o dia raiar, cantando, dançando e feliz da vida me ouvindo gritar “lindooo!” para o Alexandre Pires.

Lembrando disso, comecei a cantarolar baixinho: “O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade...” ♫ e fiquei pensando no quanto esse homem me faz feliz. Ele está sempre ao meu lado, me acompanhando em tudo o que quero e gosto de fazer. Ele não mede esforços. É meu companheiro e grande amigo.

Ele não sabe dançar, mas dança. Não sabe cantar, mas canta. Não frequentava galerias de arte, mas agora frequenta e aprendeu a amar. Ele é capaz de compartilhar e viver os meus sonhos como se fossem dele. E acredito que eles, de fato, se tornam seus.

Isso é amor. Não é forçado e não dói. Nossa felicidade é ver o outro feliz.

Sinceramente, eu não sei o que faria com “essa tal liberdade” de que fala Alexandre Pires na música. Mas, para mim, ela é sinônimo de solidão.

Muitas pessoas não entendem. Algumas olham para o casamento como uma prisão, algo que nos encarcera e nos priva de viver a vida como bem desejamos. Querem de volta a liberdade que outrora foi tão negligenciada. Outras se sentem desmotivadas e querem desistir, sentindo que não há mais razão para seguir em frente ou que não vale a pena lutar. Há ainda os que estão dando tudo de si, mas não são valorizados pelo companheiro e não sabem como continuar.

Para cada um desses, eu digo: Não desistam! O casamento é a melhor coisa do mundo! É o lugar perfeito para desenvolvermos nossas habilidades e atributos, para sermos melhores do que somos. Para sermos amados e demonstrarmos nosso amor, verdadeiramente.

Não há felicidade sem uma família. Não se iludam! O que o mundo lá fora oferece é um grande nada. Um vazio. Uma ilusão e só. Algo tão passageiro que nem consegue deixar lembranças. E, depois que passa, nos faz perceber o quanto tínhamos e o quanto perdemos.

Nessa corrida da vida, Thiago e eu temos descoberto a cada dia que, a despeito de todas as dificuldades e desafios que enfrentamos diariamente, queremos ficar juntos para sempre. Não dá para pensar outra coisa.

A vida a dois não é sempre fácil e generosa, tem lá suas doses de estresse, tensão e desânimo. Mas isso parece tão pequenininho perto do que estamos construindo juntos, que esse pensamento nem chega a fazer sentido para nós. No entanto, tenho visto por aí tantas famílias desmoronando...

Em um trecho da música, Alexandre Pires canta: “Eu andei errado, eu pisei na bola, troquei quem mais amava por uma ilusão, mas a gente aprende a vida é uma escola, não é assim que acaba uma grande paixão...” ♫

Espero, sinceramente, que aqueles que estão distraídos e se deixando enganar pelas fantasias dessa “tal liberdade”, acordem em tempo de reconhecer que sair do barco é um erro.

Ser alegre é fácil. Ser feliz, não.
Prazer a gente encontra em qualquer esquina. Já o Amor... Tente para ver!

O mundo está cheio de pseudoamigos querendo te convencer de como a vida é boa e fácil lá fora. Mas, na verdade, tudo o que eles queriam era estar dentro, bem no seu lugar.


Entra ano e sai ano, e eu continuo recebendo lições daquela minha velha história com a mesa branca da missão.

Quando ouso compartilhar essa experiência com alguém, parece algo tão tolo e pequeno, tão irrelevante e insignificante, que fico sem saber se rio ou se choro... Mas, mais uma vez, estou aqui, passando por momentos desafiadores e difíceis, com os quais só consigo pensar: “vem aí, Lidiane, mais uma mesa branca na sua vida, para te lembrar do seu grande potencial”.

Pois bem, eis a história:

Estávamos em Cambé/Paraná, Sister Gonzales e eu. Tínhamos uma mesa linda, branca, perfeita para os estudos de todas as manhãs, mas que ficava no primeiro andar da casa, em um lugar horrível, em que o celular não funcionava.

Quem conhece um pouco da rotina de um missionário, sabe que tudo gira em torno da mesa de estudos e do celular. Portanto, era essencial que esses dois objetos conseguissem “funcionar” juntos.

As vezes, estávamos planejando o nosso dia e queríamos ligar para um pesquisador para agendar uma visita, e tínhamos que subir para o segundo andar, onde o telefone funcionava, e ligar. Depois descer e voltar ao planejamento.

E assim acontecia, todos os dias, sucessivamente, cada vez que precisávamos contatar nossos líderes para passar os relatórios ou falar com um de nossos pesquisadores. Um sobe e desce danado. Chato. Fora de mão. Que cansava e atrasava nossa vida.

Até o dia em que decidimos resolver esse problema e colocar a mesa branca lá em cima, onde o celular funcionava. Mas, logo descobrimos: impossível! Ela era enorme, pesada e, mesmo que fizéssemos um esforço sobre-humano, ela jamais passaria pelo espaço estreito da escada.

Depois de avaliarmos as dificuldades, decidimos abandonar a ideia de subir com a mesa branca e optamos por usar duas mesinhas pequenas e velhas que tínhamos na casa, e que serviam de apoio para alguns manuais e panfletos.

Limpamos as mesinhas, fizemos nossa mudança e, quando sentamos, foi um desastre! Descobrimos que ela era baixa demais para caber nossas pernas. Sem desanimar, pegamos alguns tijolos velhos na rua, lavamos cada um deles e colocamos debaixo das mesas, como pezinhos, para elas ficarem mais altas. Deu certo! Mas, ainda assim, ficou horrível... A mesa balançava, era pequena demais, não tinha espaço para os livros e percebemos que não iríamos aguentar muito tempo.

Foi nesse momento que olhamos uma para a outra e decidimos: “Temos que dar um jeito e colocar nossa mesa branca aqui em cima”.

Mais uma vez, estou me perguntando: “Lidiane, para que você está falando sobre isso? As pessoas vão achar que isso é ridículo.” Mas, para Sister Gonzales e eu, não era. E, até hoje, ainda não é.

Lembro que falei: “Sister, meu pai é marceneiro, devo ter herdado algum talento dele. Vamos desmontar essa mesa e montá-la lá cima”. Emoticon wink

Então, conseguimos algumas ferramentas com um membro da igreja, arregaçamos as mangas e começamos o trabalho.

Acho que nunca, em toda a minha vida, fiz algo tão trabalhoso. Além de enorme e super pesada, a mesa era colada e tinha “mil” parafusos, um diferente do outro, em tamanho e em formato.

Suamos por quase dois dias, e depois de quebrar muito a cabeça e fazer muita força, conseguimos desmontá-la!

Subimos com as partes desmontadas (ainda muito pesadas), cheias de esperança e ânimo, até entendermos que, se pensávamos que havia sido difícil desmontar a mesa, era bom nos prepararmos, porque montar era muito pior.

Assim, trabalhamos juntas na montagem, focadas, dando nosso melhor, tentando descobrir qual era o parafuso certo para cada buraquinho, e como deveríamos usar nossa inteligência para fazer algo que nunca tínhamos tentado antes.

Nossa mesa ficou perfeita. Impecável. Montada por Sister Gonzales e eu, no melhor lugar da casa. Um trabalho digno de um montador profissional. E acredito que muitos missionários ainda desfrutam dela lá, no segundo andar, sem sequer imaginar que, um dia, ela foi colocada ali por duas mulheres frágeis, mas determinadas, que não se deixaram abater pelas dificuldades e empecilhos, e que aprenderam com aquela mesa branca uma grande lição: NÃO DESISTA! NUNCA!

Desmontar e montar uma mesa pode parecer algo fácil para alguns, mas, para nós, não era. Na verdade, era algo novo e desafiador.

Mesa grande, pesada, escada estreita, impossível, martelo, cola, mil parafusos, duas mulheres, frágeis e inexperientes. Tudo isso fervilhava em um turbilhão de emoções. Mas decidimos, acreditamos e, acima de tudo, não desistimos.

Essa história, sem grande importância para você, me ensinou algo tão profundo que jamais conseguirei esquecer: Nunca desistir.

E é em dias assim, quando olho ao redor e não vejo muitas alternativas, ou quando estou insegura em relação ao futuro e não sei como resolver alguns problemas, são nesses momentos que, como um raio, a lembrança daquela linda mesa branca me atinge e me desperta, dizendo com uma voz imponente: “Lembre-se da mesa branca, Lidiane! Não desista! Você consegue!”

Hoje, um novo ciclo se inicia em minha vida. Dessa vez, não tenho ao meu lado a minha amiga e companheira Sister Gonzales. Mas não estou sozinha, minha dupla agora é o Thiago Paixão. rsrs. Acho que ele tem mais força e experiência para desmontar e montar mesas... rs

Confesso que estou receosa, me sentindo com um martelo, pregos e mil parafusos na mão, sem saber por onde começar. Mas a lembrança daquela mesa perfeita, não me deixa titubear.

Muitas vezes, Deus usa coisas simples para marcar nosso coração com ensinamentos valiosos que nos seguem por toda a vida.


E como eu sempre digo, a mesa branca existiu para me ensinar e sempre me lembrar do quanto eu sou capaz de fazer qualquer coisa, se eu, tão somente, ACREDITAR.


Sabe aquela história de príncipe encantado e felizes para sempre? Pois é! Eu acredito nela. Mas, por experiência própria, posso afirmar que ela não é tão estereotipada quanto as pessoas costumam descrever.

Acreditem: eu sou uma princesa e encontrei o meu príncipe. Não somos lindos, ricos e perfeitos, como nos contos de fadas, mas nos casamos em um castelo. E isso, para mim, é o que, de fato, importa.

Há sete anos eu conheci o Thiago. Um rapaz simples, muito desajeitado e com quem eu jamais pensei em me casar. Nos conhecemos em uma atividade da igreja e nos tornamos bons amigos. Saímos algumas vezes. Várias vezes. Saímos muito. Mas eu não queria nada sério, porque na minha cabeça “não era ele” e, na verdade, eu queria um príncipe, com todos aqueles predicados que lemos nas histórias infantis. E foi assim durante quatro anos...

Mas um dia eu acordei e “click”. Caiu a ficha. E, por sorte, eu enxerguei a tempo que o meu príncipe estava ali, o tempo todo, e eu só precisava abrir os olhos.

Abri.

E foi assim, numa tarde qualquer, em uma conversa franca comigo mesma, refleti: “Lidiane, que tipo de príncipe você quer?” perguntei. “Um homem bom, honesto, trabalhador, fiel a seus princípios. Que seja íntegro, que ame servir e ajudar as pessoas, e que faça isso sem esperar nada em troca.”

E aí veio a resposta: “Você acabou de descrever o Thiago”. Mas, o Thiago? Sim! Ele mesmo. Mas ele é muito chato e teimoso, e nós sempre brigamos por algum motivo.

Dê uma chance. Para ele e para você.

Acordei.

Esse sono profundo acomete muitas mulheres, em toda parte, inclusive na igreja. Se trata daquela expectativa focada nos atributos menos importantes, como a aparência, a classe social, o status, a popularidade, etc., e que nos faz perder de vista, o que, de fato, importa: o caráter, a integridade, os objetivos de vida e a conduta.

É é aí que entra a pergunta: O que você realmente quer?

Quando você sabe o que está buscando, fica mais fácil encontrar.

O Thiago não é perfeito, mas possui todos os atributos indispensáveis para me fazer feliz. E faz. Eu encontrei o meu príncipe e sou grata a Deus por tê-lo em minha vida. Ele faz tudo por mim e é paciente com minhas fraquezas. Ele me ama e me incentiva a ser melhor do que sou. O que mais eu poderia querer? Não é um conto de fadas? Sim, é! E essa é a minha vida real.

Temos problemas? Claro! Somos diferentes (e muito!). Mas enxergamos o potencial um do outro, e isso basta para que prossigamos com uma perseverança e firmeza inabalável em busca do nosso “felizes para sempre”.

O Presidente Dieter F Uchtdorf disse certa vez: “Felizes para sempre” não é algo que só se encontra nos contos de fadas. Vocês podem conseguir isso! Está a seu alcance! Mas vocês precisam seguir o mapa de seu Pai Celestial.”

A vocês, meninas e mulheres de toda a parte, que estão em busca do seu príncipe e anseiam pelo seu “felizes para sempre”, eu sugiro: busquem nos lugares certos e, abram os olhos e o coração.

Com amor,

Lidi

Recentemente, essa jovem mulher que vos escreve resolveu publicar em sua página do Facebook uma matéria sobre SEXO.

“Como assim? A Lidiane Castro, membro da igreja de Jesus Cristo, professora dos jovens adultos solteiros na escola dominical e (pior!) uma ex-missionária que pregou o evangelho e serviu as pessoas por 20 meses em Londrina/PR? Não! Que decepção!”

Sim, queridos amigos. Eu mesma. A própria.

Alguns de vocês, conhecidos de outras bandas, não vão entender muito bem este relato, tamanha a sua complexidade, e vão achá-lo, inclusive, cômico. Mas, para interá-los do assunto, devo esclarecer que, há 12 anos, sou membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida popularmente como “Os mórmons”, apelido carinhoso que recebemos devido à nossa crença no Livro de Mórmon – Outro Testamento de Jesus Cristo.

Mas este não é o assunto em questão. Hoje vim, por meio de minhas simples palavras, tentar traduzir o que parece ter sido muito difícil para algumas pessoas, quando postei, há alguns dias, uma matéria com o título: “5 motivos para você fazer sexo com seu marido todas as noites” .

O que sucedeu, desde então, foi que, assim que eu publiquei o referido texto, passei a receber os mais diversos tipos de ataques e ofensas, que incluem: comentários sobre minha religiosidade, questionamentos dos meus “irmãos” da igreja sobre minha espiritualidade, xingamentos em mensagens privadas no Facebook e, para a minha surpresa, várias sugestões de que eu apagasse meu post para evitar ser “rotulada”.

Mas... Vamos lá! É entediante, para mim, ter que explicar para vocês, com todas as letras, o que eu penso sobre o assunto. Mas, preciso vencer minha preguiça e me manifestar, já que isso desencadeou um bate-boca desenfreado em minha página, e acredito que, pelo menos os que comentaram o post, esperam uma resposta e estão curiosos para me “ouvir” mais uma vez.

Então, mãos à obra, dona Lidi.

1) Eu tenho 29 anos, sou recém-casada, e não estou nem um pouco interessada em compartilhar minha vida sexual com as pessoas no Facebook. Por isso, o primeiro passo, queridos, é entender que essa matéria não se refere a mim e ao Thiago, nem revela o que eu prefiro deixar na minha intimidade. Inclusive, em nenhum momento eu expus se sigo ou não os conselhos tratados no texto.

2) Eu, sinceramente, amei a matéria. Gostem vocês ou não. E, para falar a verdade, não achei nada demais. É um texto até muito inocente e sem graça, mas, em minha humilde opinião, de suma importância para as mulheres de meu convívio.

Vou abrir meu coração aqui: Eu tenho uma irmã linda, meiga e muito segura de si mesma. Mas, de uns tempos pra cá, desde que engravidou e viu seu corpo mudar, deixou de se achar tão sensual e bonita quanto ela de fato é. Então pensei: ela precisa ler isso! Isso vai ajudá-la!

Tenho primas e amigas, casadas há mais tempo, que estão vivendo momentos difíceis no casamento, algumas com depressão, sem autoestima, outras cansadas, com tantos afazeres em casa e filhos pequenos. E foi nelas que eu pensei quando li essa matéria. Fiquei, na verdade, ansiosa para que elas lessem o texto e sentissem mais vontade de viver e de se olhar no espelho. Eu queria que elas se sentissem renovadas e se lembrassem da mulher poderosa que há dentro de cada uma delas.

Então eu pensei: “Além das minhas amigas mais próximas, cujas histórias eu conheço, quantas mulheres no meu Facebook também estão passando por isso? Quantas delas estão precisando se lembrar de que são lindas, sensuais e que merecem sentir prazer e ser amadas por seus maridos?” Muitas! E foi por isso que eu decidi: Vou postar!

Sabe, pessoal, vou contar uma coisa para vocês: Nem todas as mulheres do mundo se sentem tão bem consigo mesmas, como eu me sinto (ou como você se sente – vai saber!). Então, vamos parar com esse narcisismo e olhar à nossa volta. Se eu posso ajudar alguém, por que não fazê-lo?

3) Mas aí entra a parte chata da coisa, algo que transcende meu entendimento e, digo, até mesmo, minha crença. Fui atacada veementemente por várias pessoas, das mais diversas formas. E houve algo que me deixou realmente triste: vários “amigos” colocaram à prova minha fé, minha devoção e meu relacionamento com Deus. Isso não! Não posso permitir.

Existem conceitos e visões religiosas (como o sexo, por exemplo, assunto que gerou tanta polêmica na minha página) que ainda são tão mal discutidos e sobre os quais ainda existe tanta ignorância e preconceito, que digo: torna as pessoas burras. Perdoem-me pela expressão carrancuda, mas é verdade!

As pessoas são preguiçosas. Não sabem ler. Não sabem escrever. Falam errado. Passam o dia no Facebook reclamando da Dilma e de qualquer outra coisa que for modinha. Replicam notícias mentirosas sem ao menos procurar a fonte. Assistem novelas, Pânico e Big Brother, e depois disso tudo (sem nunca terem interagido comigo no Facebook) vêm questionar a minha capacidade de discernir entre o que é certo ou errado? Bem ou mal? Não! Meu coração não pode suportar isso, gente!

4) Para finalizar, adoro ser rotulada. E, confesso, tem um quê de sadismo nisso. Fico feliz em ver tanta gente ignorante quebrando a cara e permanecendo na ignorância. Eu sei quem eu sou. Estou atenta aos princípios que vivo e defendo e, de modo nenhum, tenho a intenção de agradar a maioria. Nunca consegui, nem tenho essa pretensão. Inclusive, fui sempre muito rejeitada por minha leve timidez e incapacidade de ser popular. Mas, sou feliz por saber quem eu sou. Por me olhar no espelho todos os dias e ver que me tornei a mulher que eu sempre desejei ser.

Ao fim, deixo aqui os meus pêsames para aqueles que me interpretaram mal. Preciso lembrá-los: Sou uma filha amada de Deus, que me conhece intimamente e sabe o que se passa em minha mente e em meu coração, sem que eu precise abrir a boca ou mexer os dedinhos para digitar essas palavras.

Para os que ainda continuam achando que eu ando por aí publicando pornografia e me “desviando” da santidade, peço que façam uma autoanálise e se lembrem da frase relatada nas sagradas escrituras: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido, vos hão de medir a vós.” (Mateus 7:1-2)

Bjus carinhosos de quem tá adorando tanta fama,

Lidi

Há alguns dias ouvi um colega de faculdade comentar sobre o debate de Levy Fidelix e Luciana Genro. Ocasião em que, segundo esse colega, Fidelix falou as maiores besteiras que um ser humano é capaz de exprimir. Confesso que fiquei curiosa, pois, até então, eu não havia assistido ao debate.

No dia seguinte, ao abrir o Facebook e ver meu feed de notícias repleto de posts com repúdio ao candidato, comentários sobre ações na justiça, etc, pensei: “É... o negócio deve ter sido feio mesmo!” Então, cheia de curiosidade, fui ao Youtube para “ver com os meus próprios olhos”.

Assisti o vídeo. Inteiro. E, para minha surpresa, vi algo que me assustou muito: um homem sincero que falou o que pensa, a despeito de tanta hipocrisia vista por aí, para, tão somente, conseguir votos.

Eu me assustei porque a mídia estava falando de homofobia, de discurso cheio de ódio, de ataque contra os homossexuais. Pera aí! Em que mundo eu vivo? Será que apenas eu não vi homofobia naquele discurso? Estou tão alienada assim? Ou sou um ET?

Concordo que ele foi infeliz no finalzinho, quando soltou aquela frase “bem longe de nós”. Mas, além disso, não vi ataque, não vi ódio, não vi homofobia, não vi repressão. Vi um pai de família defender com integridade os princípios que ele acredita, e dizer que, como presidente da república, não vai estimular o contrário.

Na internet, acompanhei a publicação de várias pessoas revoltadas pela declaração de que “aparelho excretor não reproduz”. Kkkkk E reproduz? Mas é claro que não!

Eu tenho amigos e familiares gays. Pessoas que eu amo e com que eu convivo intimamente. Não tenho e nunca tive o menor problema com o homossexualismo, e fico chocada quando leio nos jornais sobre agressões e mortes contra homossexuais, como foi o caso do jovem de Goiás, João Antônio.

O que me deixa perplexa e, sinceramente, muito desanimada, é ver um país inteiro se mobilizar por causa de um candidato político sem grandes influências, que falou que não concorda com a união homoafetiva e que, por isso, não vai apoiar e incentivar o casamento gay em seu governo.

Sinceramente, meu povo, isso me cheira uma sociedade alienada e burra. Que segue, surda e hipnotizada, acreditando que está defendendo os direitos de alguém. Vocês não estão! Eu abomino a homofobia e acho que ela deve ser punida severamente. Mas tenham inteligência: o que esse homem falou (esteja de acordo ou não com a sua ou a minha opinião) não foi homofóbico nem intolerante.

Essa modinha me cansa. Vamos parar de achar que para não ser homofóbico é preciso dizer que apoia o casamento gay. Eu não apoio. Ou melhor, sou total e absolutamente contra. Mas, ainda assim, eu amo, respeito, beijo, abraço, confio, conto meus segredos e desabafo com meus amigos e primos gays. Meus princípios e crenças vão contra o ato e não contra a pessoa.

Vamos usar o nosso cérebro para pensar. Não sejamos mais marionetes da mídia e chega dessa mania de reproduzir, copiosamente, o que ela quer que vire notícia. Já deu!


E quem diria que, algum dia, eu comemoraria uma besteira dessas! Para os que, assim como eu, não entendem nada dessas coisas de romantismo, devo explicar: eu estou comemorando um mês de casadinha com o amor da minha vida!

Parece ridículo, constrangedor, mas agora é tudo no diminutivo mesmo: é meu maridinho pra lá, nossa vidinha pra cá. Há algum tempo isso poderia ser irritante para mim, mas agora não é. Devo até confessar que meu coração, traiçoeiro, me enganou direitinho! Agora vive procurando desculpas para demonstrações de amor, consideração e carinho.

É um tal de querer agradar, despertar um sorriso sincero, trazer leveza à alma, que, sinceramente, eu nunca entendi antes! Na verdade, eu sou nova no pedaço. Ainda não entendo nada. Mas agora é oficial, e já faz um mês!

Oficialmente, sim! Sou uma mulher casada e não cabe mais tanto amor em mim. Mas o que eu preciso mesmo é desabafar umas coisinhas antes que eu transborde:

Meninas e meninos, esse recado é para todos, sem distinção de idade, crença, etnia, raça ou classe social. Não existe felicidade verdadeira sem uma família. A vida não é plena sem alguém para compartilhar.

Eu achava que era feliz, que a minha liberdade e individualidade, (e posso dizer sem culpa, meu egoísmo egocêntrico) minha vida livre, sem grandes complicações, sem ter que prestar contas, era o que eu tinha de mais precioso. Não era. Eu estava enganada.

Felicidade é dormir e acordar com a pessoa que você ama. É saber que, mesmo que as coisas fiquem difíceis, você tem alguém por você. É ser uma dupla, uma equipe. É nunca mais ser sozinho.

Felicidade é se sentir protegida, cuidada, amparada, mimada e ser muito sortuda por tudo isso. É acordar a noite querendo fazer xixi e ter alguém para ir com você para matar uma possível barata voadora que possa aparecer.

Felicidade é amar, doar, renunciar. É olhar para esse mundo cheio de rostos vazios e saber que você tem tudo.

Sou uma mulher de sorte, confesso. Mas essa sorte eu só descobri depois que entendi que a felicidade não está nas coisas artificiais e satisfações passageiras, mas em ser capaz de amar tanto, a ponto de não caber em um só coração.

Thiago Paixão, você é meu coração fora do corpo. E eu amo você por isso! Nós dois sabemos que este é apenas o primeiro mês da eternidade que virá